
Como o público mais tradicional de vocês está reagindo ao novo disco?
A gente ficou meio ressabiado com isso. Mas ela está aceitando numa boa. Claro que não dá pra agradar todo mundo. E talvez a gente agora conquiste um público novo também. Nós fizemos um show recentemente no Circo Voador e na plateia tinha de tudo: molecada, gente velha, branco, preto, loiro, gente de dreadlock...
O disco anterior foi produzido pelo Liminha e dessa vez a própria banda tomou conta da produção do álbum. Como foi assumir esse trabalho?
Não teve briga não, a gente é superamigo dele e temos o maior carinho. Foi só uma incompatibilidade. Quando a gente ia gravar o disco ele estava com vários projetos e indo direto pro exterior. Foi quando vimos que ia ser a gente mesmo que ia ter de fazer o disco.
Desde o começo a ideia de vocês era a de não ter produtor ou teve algum outro motivo que levou a isso?
A gente quis fazer por nós mesmos. A gente já estava com estúdio. Nosso técnico de PA deu um apoio absurdo, ele gravou o nosso disco inteiro. E isso foi um grande privilégio. Você conseguir gravar o seu disco com o cara que faz o teu som ao vivo é a melhor coisa. Então teve a nossa força de vontade e a nossa organização, mas também pudemos contar com um suporte de toda nossa equipe.
O CD está sendo lançado de forma independente. Vocês queriam assim desde o começo ou não tiveram outra escolha mesmo?
A gente encontrou um empresário legal que trabalha principalmente a internet. O nosso trabalho desde o começo foi muito baseado na internet e essa percentagem cresce cada vez mais. Ali é o nosso foco. Se acontecer de pintar alguma rádio, como anda rolando, ou televisão, maravilha, mas basicamente a gente trabalha mesmo em cima da internet.
Daí a coisa de lançar o disco também como um download gratuito?
Sim, mas a gente não fez isso para ir contra alguma coisa ou modelo. Foi algo natural, a gente fez as músicas, estávamos tomando um rumo diferente e queríamos que o maior número de pessoas ouvisse aquilo ali. Então tentamos facilitar ao máximo isso. A gente botou no site um arquivo com o cd inteiro e mais o encarte e as letras e se surpreendeu. Não imaginamos que tantas pessoas fossem baixar. Foram 90 mil downloads só no primeiro dia e já está chegando nos 500 mil. Fora que no Brasil você conta nos dedos quem ganha dinheiro com disco. O negócio mesmo é show e ao lançar o disco assim, achamos que a galera ia assimilar as novas músicas mais rapidamente e os shows aumentariam. E é o que está rolando.
Você sabe por que tantas músicas de outras bandas são atribuídas ao Forfun? Já teve gente reclamando a ausência de 7 a 1 eu não sou seu (música da banda Offline que muitos pensar ser do Forfun) nos shows (risos)?
Não muito, mas já rolou sim (risos). Mas isso é porque as bandas vieram todas com influências muito parecidas no início então sempre tem quem vai achar que alguma música do scracho é da gente. Se você pegar uma música nossa e uma do fresno feita há cinco anos, realmente tinha alguma coisa a ver. Eles já tinham um vocal mais melódico e tal, mas ainda assim havia semelhanças. Já hoje em dia com três segundinhos de uma música nossa ou deles já dá pra saber quem é quem.
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